14 práticas saudáveis para minimizar os impactos do brain rot


Vivemos uma era hiperconectada, na qual a velocidade da informação supera nossa capacidade de processá-la. A cada segundo, somos expostos a um volume exorbitante de dados, desde notícias e notificações até vídeos curtos e conteúdos de entretenimento instantâneo. Embora isso pareça inofensivo, o excesso de estímulos é capaz de levar à fadiga mental, prejudicando a memória, a criatividade e a habilidade de concentração. Com o tempo, essa sobrecarga digital pode desencadear sintomas como ansiedade, procrastinação e até mesmo apatia diante de atividades que antes despertavam interesse.

O que é o transtorno de brain rot

Brain rot é uma expressão que significa “apodrecimento cerebral” ou “cérebro podre”. Foi escolhida como a palavra do ano de 2024 pela Oxford University Press devido ao seu uso crescente entre jovens nas redes sociais para descrever a deterioração mental causada pelo consumo excessivo de conteúdo online. 

O transtorno pode ser causado pelo consumo de conteúdos on-line de baixa qualidade, passar muito tempo conectado a dispositivos eletrônicos, consumir conteúdos rápidos e rasos, conteúdos sensacionalistas e que não estimulam o pensamento profundo.

Conteúdos sensacionalistas, desinformativos ou banais são nocivos, e também é importante evitar o doomscrolling, que se trata do hábito excessivo de notícias negativas, associado à depressão e insônia, que forma um ciclo vicioso propício a reduzir o bem-estar e a produtividade.

Ilustração de uma mulher lendo um livro ao lado de um cachorro, com um celular gigante exibindo
Estabelecer momentos offline é imprescindível para uma boa saúde mental (Imagem: Rumka vodki | Shutterstock)

14 dicas para diminuir os impactos do brain rot

Ao adotar práticas saudáveis, é possível minimizar os impactos do brain rot e promover equilíbrio mental. Confira dicas abaixo:

  1. Higiene digital: estabelecer limites no uso de dispositivos e redes sociais; 
  2. Consumo intencional: priorizar conteúdos de qualidade e fontes confiáveis;
  3. Mindfulness: práticas como meditação regulam emoções e equilibram a neurofisiologia;
  4. Pensamento crítico: questionar informações consumidas cria filtros cognitivos eficazes;
  5. Melhoria da concentração: reduzir distrações digitais aumenta o foco e a capacidade de concluir tarefas importantes;
  6. Fortalecimento das conexões sociais: estabelecer interações presenciais melhora a empatia e o apoio emocional;
  7. Promoção de um sono reparador: diminuir o uso de telas antes de dormir melhora a qualidade do sono e a saúde mental;
  8. Estímulo à criatividade: pausas intencionais e períodos offline fomentam o pensamento criativo;
  9. Redução do estresse: controlar o fluxo de informações excessivas previne sobrecarga cognitiva e promove tranquilidade;
  10. Desenvolvimento da resiliência mental: ao limitar estímulos nocivos, a mente se torna mais resistente a frustrações e desafios;
  11. Melhoria no processamento de informações: consumo consciente de conteúdo favorece a organização do pensamento e a tomada de decisões;
  12. Aumento da autonomia cognitiva: práticas como pensamento crítico e reflexão pessoal fortalecem a capacidade de formar opiniões independentes;
  13. Fortalecimento da saúde física: reduzir o tempo de exposição a telas diminui o sedentarismo e incentiva atividades físicas;
  14. Harmonização das emoções: desenvolver o autocuidado para equilibrar o humor e prevenir oscilações emocionais intensas.

Por Marta Relvas

Bióloga, Dra.h.c em Educação, doutora e mestre em Psicanálise, neurocientista, neuropsicopedagoga, psicopedagoga, membro efetiva da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento. Entre os livros lançados estão “Neurociência e transtornos de aprendizagem”, “Fundamentos biológicos da educação” e “Sob o comando do cérebro”.



Fonte: TNH1