A intoxicação alimentar é uma preocupação crescente em todo o mundo, afetando milhões de pessoas diariamente. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 420 mil mortes ocorrem anualmente, e aproximadamente 600 milhões de pessoas são vítimas desse problema. Durante viagens, o risco de contaminação aumenta, exigindo cuidados especiais para evitar complicações.
A nutricionista Diandra Perez Moura, do AmorSaúde, alerta para a importância de estar atento aos alimentos mais suscetíveis à contaminação, principalmente em locais turísticos, em que as condições de higiene podem ser precárias.
“Alguns exemplos são frutos do mar crus ou mal-cozidos, carnes mal-passadas, ovos crus ou mal-cozidos, alimentos preparados e armazenados sem a refrigeração adequada, frutas e vegetais crus ou mal-lavados, água não tratada ou gelo feito com água contaminada, além de comida de rua exposta ao sol e sem refrigeração”, detalha.
Por isso, abaixo, a especialista elenca recomendações que garantem a segurança alimentar durante as viagens. Confira!
1. Verifique a qualidade da limpeza dos ambientes
Seja em praias, cidades e, até mesmo, outros países, os pratos vendidos na rua por ambulantes representam uma praticidade (e uma economia) na hora da fome. Contudo, a nutricionista Diandra Perez Moura explica que é essencial observar a qualidade da limpeza do local e dos utensílios utilizados no preparo.
“A pessoa também deve optar por locais movimentados e, na hora de escolher o que comer, priorizar alimentos cozidos na hora. Também se deve evitar molhos e acompanhamentos crus”, aponta. Ela ainda destaca que outro modo de prevenir possíveis intoxicações é levar higienizador, como álcool em gel, para ser utilizado nas mãos antes das refeições.
No entanto, é preciso estar atento a alguns sinais que podem indicar contaminação dos alimentos. “Atente-se ao cheiro, principalmente se estiver estranho ou azedo, na alteração da textura e da cor e se há presença de manchas ou bolores. Frutas e vegetais, por exemplo, podem estar com aparência viscosa ou deteriorada”, elenca Diandra Perez Moura.
2. Inclua hábitos saudáveis na rotina
Um dos aliados para evitar a intoxicação alimentar é a imunidade. Assim, é possível investir em hábitos alimentares mais saudáveis que garantam o reforço no sistema imunológico. Segundo a especialista, o cardápio deve contar com frutas cítricas, vegetais verdes-escuros, alimentos ricos em zinco, tais como sementes e oleaginosas, e iogurtes probióticos.
Além disso, a hidratação adequada não somente contribui para a imunidade, como também reduz problemas digestivos, principalmente em climas quentes e tropicais. “É recomendado consumir água potável regularmente, mesmo na ausência de sede. Outra estratégia é incluir bebidas isotônicas ou água de coco, evitando excesso de álcool e cafeína, que desidratam; sempre priorizando bebidas com embalagens fechadas e lacradas”, explica Diandra Perez Moura.
3. Faça escolhas inteligentes
Durante as viagens de férias, aqueles pratos e alimentos mais gordurosos são mais tentadores, mas é possível equilibrar a alimentação por meio de escolhas mais saudáveis. Dessa forma, pode-se experimentar o cardápio local, sem abrir mão da saúde.
“Escolha refeições menores e balanceadas para não cometer exageros, incluindo vegetais e frutas sempre que possível. Recomenda-se evitar frituras em excesso, priorizando grelhados ou cozidos”, indica a nutricionista.
A profissional ainda elenca opções que podem ser levadas de casa e são de fácil armazenamento, como frutas secas ou desidratadas, castanhas, nozes e amêndoas, barrinhas de proteína ou cereais, temperos e sal em sachês para emergências e garrafa de água reutilizável com filtro, se possível.
4. Armazene os alimentos corretamente
Um dos cuidados essenciais para evitar a intoxicação alimentar é o armazenamento. Quando não realizado da forma correta, pode aumentar o risco de contaminação e deterioração dos alimentos. Diandra Perez Moura esclarece algumas ações que são essenciais durante as viagens:
- Usar bolsas térmicas ou isopores para alimentos perecíveis;
- Armazenar alimentos prontos em recipientes herméticos;
- Evitar deixar alimentos expostos ao calor por mais de duas horas;
- Refrigerar rapidamente sobras de refeições;
- Evitar carregar alimentos de fácil contaminação, como carnes ou laticínios sem refrigeração.
5. Pesquise os pratos típicos do destino
Muitas vezes, ao visitar outra cultura, a alimentação pode ser um desafio, seja em razão do gosto individual, seja em razão dos hábitos alimentares daquele destino. Nesse sentido, a nutricionista reitera que existem possibilidades para evitar desconfortos em relação à comida.
“Pesquise os pratos típicos e seus ingredientes, optando por alimentos cozidos ou assados ao invés de saladas cruas e frutas descascadas por terceiros. É possível levar snacks saudáveis para emergências (barrinhas, oleaginosas) e, se necessário, use purificadores de água ou consuma apenas água engarrafada selada”, recomenda.
Consulte um especialista
Em caso de sintomas, como vômitos, náuseas, diarreias aquosas, dores abdominais, calafrios, febre e fadiga, é possível investir nos chamados primeiros socorros nutricionais. Diandra Perez Moura destaca a hidratação como medida imediata.
“Dê preferência para alimentos leves, como arroz, banana e torradas até o sistema digestivo estabilizar, evitando aqueles muito condimentados ou gordurosos”, aponta a nutricionista, que reitera a importância do descanso, monitoramento desse quadro e a consulta com um médico em casos de persistência dos sintomas.
Por Ariely Polidoro
Fonte: TNH1