Vídeo gravado por pescador da região levou órgãos ambientais a investigar o fenômeno
Por: Thayanne Magalhães
op9.com.br
Manchas escuras e um forte mau cheiro estão chamando a atenção de pescadores que costumam passar por um trecho do Rio São Francisco que fica entre os municípios de Piaçabuçu, em Alagoas, e Brejo Grande, em Sergipe, próximo à foz do rio. O vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, explicou ao OP9 que equipes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e da Administração Estadual do meio Ambiente de Sergipe (Adema) já colheram amostras e o resultado da análise deve sair em uma semana.
“Os responsáveis pela vistoria acreditam que se trata de material orgânico em decomposição. Algumas plantas aquáticas foram observadas nas margens dos canais. Eles acreditam que a vazão do rio pode estar transportando as plantas mortas até o ponto do fenômeno, onde estas se acumulam e entram em decomposição. O interessante nesse caso, portanto, além da identificação das espécies de plantas, é entender por quais motivos há acúmulo de matéria orgânica naquele ponto específico do Rio São Francisco”, explicou o vice-presidente do Comitê.
Ainda é preciso analisar, segundo as equipes dos órgãos ambientais responsáveis pela análise, a salinidade do material coletado, pois o fenômeno observado pode estar associado à mudança de salinidade da água do rio e ao maior alcance da energia da maré, ambos relacionados à redução da vazão do São Francisco. “Destaca-se que as hipóteses apresentadas aqui não têm base científica e que um estudo mais detalhado poderia ser feito na região”, ressalta Maciel Oliveira.
A possibilidade de contaminação pelo homem não está descartada. Em um vídeo gravado por pescadores da região é possível observar as manchas escuras em várias partes do rio e uma espécie de bolha que vem debaixo da água e lancha o odor na superfície.