Após quatro meses de greve, Prefeitura e servidores da Educação se entendem.
Aconteceu na manhã desta quinta-feira (1) na Casa de Aposentadoria, uma audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores de Penedo, através do Vereador Nelsinho (Presidente da Comissão da Educação), com representantes da Prefeitura Municipal, Sindspem e Ministério Público.
O auditório ficou repleto de servidores da Educação que foram até a audiência com uma única esperança, de resolver todo o impasse e voltarem para as salas de aula onde já estão fora por mais de 4 meses devido a greve.
A primeira a explanar foi a Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Penedo (Ana Flávia Teixeira), que através de uma apresentação no telão, mostrou com dados que seria possível a reposição salarial em que os servidores da pasta tanto almejavam. Ana Flávia ressaltou seu empenho não só para os professores como também todos os servidores administrativos.
Luciano Lucena (Secretário de Educação) foi o segundo a se expressar para o público. Usando dos mesmos artifícios da sua antecedente, Luciano mostrou alguns erros cometidos na tabela apresentada pelo SINDSPEM, os quais não mostravam a total despesa em que a secretaria possui, enfatizando assim a não disponibilidade de realizar o reajuste como o sindicato gostaria, pois fazendo deste modo deixaria os recursos da pasta em um déficit nos cofres do município.
O Promotor de Justiça Izadílio Vieira, que também fazia parte da mesa, foi bastante imparcial em suas palavras, entendendo os dois lados e colocando algumas situações já vivida por ele em outros municípios. O representante do Ministério Público enfatizou que seria de seu gosto que o aumento salarial fosse de 10, 15, 20%, porém diante dos números apresentados a grosso modo, ressaltou que realmente ficava muito difícil um reajuste maior que o combinado anteriormente em reunião com as partes, no caso os 7% somente para professores. Dr. Izadílio também se impressionou com a disponibilidade do Prefeito de Penedo, onde o mesmo abriu as contas da pasta para que se fosse de interesse do MP, colocasse uma equipe de auditores financeiros do Ministério Público para apontar possíveis recursos extras no sentido de dar o aumento desejado.
Os vereadores Dr. Raimundo, Lúcia Barbosa, Valdinho Monteiro, Cidoca, Nelsinho, Marcelo Pereira, Ronaldo Vicente e Júnior do Tó, participaram ativamente da audiência dando suas ideias e colocando pontos fundamentais em todo este imbróglio entre Sindspem e Prefeitura.
O público em geral também teve seu momento participativo, onde aproximadamente dez pessoas usaram da palavra para colaborar e também realizar duras críticas contra a gestão atual. Uma das mais memoráveis foi a de uma professora da rede municipal de ensino que ao ver um vereador pedindo mais valorização aos professores, sugeriu que os parlamentares doassem metade de seus salários para a Educação e assim ajudar ao município a viabilizar recursos no sentido de chegar ao reajuste exigido por lei.
No final o Prefeito de Penedo, Marcius Beltrão, fez o uso da palavra e citou vários pontos discutidos durante as quase cinco horas de audiência pública. Marcius soube expressar muito bem a dificuldade financeira em que todos os municípios estão passando atualmente devido a crise. Ele comentou sobre o não aumento para os servidores administrativos da Educação. Segundo ele, realizando este aumento para os outros servidores da pasta, abriria uma brecha para que os funcionários públicos que exercem o mesmo cargo, só que em secretarias distintas, também fosse na justiça e exigisse o mesmo aumento, fazendo assim um efeito cascata e comprometendo de vez os cofres públicos que já não estão lá essas coisas.
O prefeito também pediu desculpas por não ter participado das audiências anteriores, fato este que, segundo ele, poderia ser determinante para que fosse feito um acordo entre as partes e não chegasse a este ponto que chegou. Marcius Beltrão analisou todo o projeto que deve contemplar os 7% de reajuste, mais outros prontos de negociação que já foi avançado entre as partes (exigência do Sindspem para término da greve) e enviou a Câmara de Vereadores para que fosse discutido e aprovado pelos parlamentares ainda hoje. Após aprovado o projeto de lei deverá ser sancionado em até 15 dias.
O Sindspem deverá convocar uma assembleia para diante das exigências atendidas, encerrar a greve da Educação.
Texto e Fotos: Boa Informação