Quem está acompanhando as notícias, sabe que recentemente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Política Nacional de Educação Digital, que tem como principais objetivos: ensinar competências informacionais, difundir o uso de ferramentas eletrônicas, impulsionar pesquisas e estimular a inclusão digital.
Um dos eixos, que infelizmente foi vetado, previa a implementação da educação digital nas competências de programação, computação e robótica nos ensinos médio e fundamental. Mas os demais foram mantidos e estão estruturados em quatro eixos:
- Inclusão digital é a garantia de que toda a população tenha acesso a tecnologia para obter informações, estabelecer a comunicação e interação com outros internautas.
- Educação digital na escola para garantir o letramento digital e as competências básicas em diferentes níveis de escolaridade.
- Especialização digital em fundamentos e aplicações em contexto digital para garantir a competitividade no mercado de trabalho.
- Pesquisa digital para assegurar a participação ativa de profissionais brasileiros em programas de pesquisa e desenvolvimento internacionais.
É inegável que as tecnologias educacionais contribuem com o processo de aprendizagem, especialmente porque as crianças e adolescentes conseguem manter a concentração por longos períodos, especialmente quando é usado o recurso da gamificação que pode melhorar os resultados da abordagem de educação em até 45.45%.
Mas para que os professores consigam usar recursos audiovisuais para tornar o processo de aprendizagem mais interessante e envolvente, é preciso que os estudantes tenham acesso a computadores e tablets, e aqui esbarramos no primeiro obstáculo do projeto.
Segundo uma pesquisa realizada pela Unesco, 50% dos estudantes a nível global não têm computador em casa e 43% sequer têm acesso à internet, estamos falando de 826 milhões e 706 milhões de pessoas, respectivamente.
Além disso, também se observa que a grande maioria dos professores não possui conhecimento sobre como ensinar seus alunos no meio digital, sendo que a maioria deles precisa de um auxiliar para operar a parte da tecnologia.
Mas esse segundo problema é resolvido com mais facilidade, porque basta conduzir treinamentos com esses profissionais que eles estarão aptos a usarem as ferramentas.
E podemos afirmar que o investimento vale a pena, pois os professores conseguem utilizar uma grande variedade de recursos para personalizar a trajetória de aprendizagem de cada aluno.
Isso é comprovado pelos números, pois segundo uma pesquisa da Smoothwall, 96% dos professores acreditam no potencial de usar a tecnologia no ensino, pois percebem que o engajamento dos estudantes nas aulas hightech aumenta consideravelmente, tanto que muitas instituições de ensino brasileiras oferecem cursos em EAD.
Mas é importante que os estudantes e professores entendam que a tecnologia deve ser usada como um complemento, pois o ensino presencial ainda continua sendo muito importante para que alunos desenvolvam não apenas capacidades técnicas, mas habilidades sociais.
No entanto, a aplicação da tecnologia no campo da educação é uma tendência mundial e está em expansão acelerada. Então é positivo que o Brasil também esteja se movimentando nessa direção. Agora basta entender como resolveremos o problema da falta de acesso à internet e a aparelhos eletrônicos, dois pré-requisitos para que tudo isso funcione.