Circuito Penedo exibe Filhos do Mangue e bate-papo com atores Roney Villela e Genilda Silva

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Filme celebra a luta contra a opressão e exalta o protagonismo das mulheres em comunidades marginalizadas

Larissa Cristovão – estudante de Jornalismo com fotos de Kamylla Feitosa

O longa-metragem Filhos do Mangue, dirigido por Eliane Caffé, foi exibido na última sexta-feira (29) na Mostra de Longa-Metragem Ambiental do Circuito Penedo de Cinema, trazendo para a tela uma história que combina drama social, autenticidade e protagonismo feminino. A produção se passa em Barra do Cunhaú, no Rio Grande do Norte, e acompanha uma cooperativa de pescadores e catadores de caranguejo que, após ter seu dinheiro roubado, luta para sobreviver e resistir às estruturas de poder que os exploram.

O longa destaca as relações de poder e desigualdade enfrentadas por comunidades ribeirinhas. Ao mesmo tempo, enfatiza o papel das mulheres, que assumem posições de liderança em meio a dificuldades econômicas e sociais, demonstrando força e resiliência diante das adversidades. O ator Roney Villela, que interpreta um dos personagens centrais, esteve presente na sessão e falou sobre a relevância do protagonismo feminino no enredo.

“O filme mostra como, em uma sociedade marcada pela desigualdade, as mulheres conseguem se destacar e liderar. Elas assumem um papel essencial na organização da cooperativa, enquanto os homens, muitas vezes, estão paralisados pela opressão. É inspirador ver como essas mulheres são capazes de transformar a realidade ao seu redor com coragem, honestidade e inteligência” ressaltou.

A narrativa foca não apenas nos desafios diários dessas comunidades, mas também na luta contra atravessadores e políticos que abusam de sua posição para explorar os mais vulneráveis.

Bate-papo com Genilda e Roney

A atriz Genilda Silva também presente na sessão, reforçou o caráter inovador da direção do filme: “A proposta da Eliane [Caffé] é única. Ela dá voz à comunidade local e cria um espaço em que a realidade das pessoas é a verdadeira protagonista. Nós, atores profissionais, tivemos que nos desconstruir para nos adaptar a essa forma de trabalho, permitindo que os pescadores e catadores contassem suas histórias com autenticidade. Esse processo tornou o filme ainda mais impactante” disse ela.

O filme, além de abordar questões como desigualdade, exploração de comunidades tradicionais e injustiças sociais, mergulha profundamente na vida dessas pessoas. A convivência entre os atores e os moradores locais durante as filmagens trouxe à produção um tom documental, misturando realidade e ficção de maneira orgânica.

Roney Villela também destacou a experiência única de participar do filme: “Foi muito especial rodar esse filme. Eu já fiz muitos trabalhos, mas esse tem um diferencial: a união de atores profissionais com os moradores locais. Isso criou uma simbiose que deu vida à história de forma única. O filme aborda temas importantes, como a exploração dos menos favorecidos e a resistência das pessoas que, mesmo com tão pouco, lutam por justiça e dignidade”, ressaltou.

Sobre o Circuito

O Circuito Penedo de Cinema será realizado até o domingo, dia 1º, pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), pelo governo de Alagoas por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa de Alagoas (Secult-AL) e pelo Instituto de Estudos Culturais, Políticos e Sociais do Homem Contemporâneo (IECPS).

Além disso, o evento tem patrocínio do Banco do Nordeste, Ministério da Cultura e governo federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Prefeitura de Penedo, do Sebrae, Instituto do Meio Ambiente (IMA-AL), Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), e apoio da Mistika, Super Connect, Infograf, Partiu Penedo e da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

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