Grupo afirma que usineiros alagoanos estão sendo irresponsáveis e insensíveis com o setor

Um assunto gravíssimo foi mote de uma reunião, na manhã de hoje, dia 24, na Aplana: os produtores de cana-de-açúcar em Alagoas mostram desespero diante do fato de uma dívida de R$ 250 milhões para com eles. Os responsáveis: os usineiros do Estado de Alagoas. 

fornecedorO assunto já seria grave por si só, mas vale lembrar que – no caso de Alagoas – estamos tratando de um setor produtivo bastante importante para a economia local e que conta com atenção de governos e subsídios (no caso dos usineiros). Além do ponto de vista da economia, ainda há a influência política dos usineiros no Estado de Alagoas. 

Há empregos envolvidos. 

Então, eis uma discussão que merece ser acompanhada de perto. Além da reunião ocorrida na manhã de hoje, os produtores organizam um protesto – para o dia 31 de outubro – onde pretendem falar do calote sofrido para toda a sociedade. A manifestação deve ter o título “Cansei de Ser Roubado”. 

Em alguns casos, são dívidas de mais três anos. Isto mesmo: há três anos que estão sem receber pela cana-de-açúcar vendida às usinas de açúcar e álcool do Estado de Alagoas. Vale ressaltar que a classe de produtores gera empregos diretos e indiretos. Ao todo, estima-se que mais de 300 mil pessoas estejam sendo prejudicadas. 

Para quem acha que se trata de uma briga entre “ricos”, adotando o infantil discurso da luta de classes, 90% dos prejudicados são pequenos fornecedores da cana-de-açúcar. Por isto, o grupo já estuda buscar a intervenção do governador Renan Filho (PMDB) para ajudar na questão. O que é lamentável, pois trata-se de envolver o Estado em relações que deveriam ser do livre comércio, caso em Alagoas existisse um capitalismo sadio. 

Em meio a tudo isto, espanta o silêncio da cooperativa dos usineiros e o Sindaçúcar que evitam os holofotes. Eles precisam falar sobre o que vem ocorrendo. 

Recentemente, os produtores divulgaram uma nota. Nela, se lê o seguinte:

“No próximo dia 31 de outubro do ano corrente, os fornecedores de cana-de-açúcar do Estado de Alagoas estarão engajados numa manifestação pacífica, que busca expor à sociedade o massacre financeiro que acomete a classe e as 300 mil pessoas que vêm sendo afetadas de forma direta e indireta. A união dos fornecedores se dá em face do caos que se instalou nas relações socioeconômicas entre usinas de açúcar e os mesmos, que a mais de uma safra vêm fornecendo matéria prima (cana-de-açúcar), mas em troca recebem apenas o desrespeito por parte da maioria das usinas do Estado as quais se negam a adimplir o débito que já atinge R$ 250 milhões. Com respaldo das entidades Aplana, Feplana, Unida, Coplan, Faeal e Fetag, em defesa dos milhares de alagoanos que estão com seu sustento ameaçado pela irresponsabilidade e insensibilidade dos usineiros, o movimento “Cansei de Ser Roubado”, terá sua primeira manifestação às 9 horas da segunda-feira do mês de outubro (hoje), concentrando-se no estacionamento da Aplana”.

Fonte: CadaMinuto