O óbvio ululante

Alguns dias atrás, me deparei com uma pessoa – que não conheço – a ironizar um fato horripilante que aconteceu na república das Alagoas. Os crimes de PC Farias e Suzana Marcolino que apareceram mortos em uma casa de praia do família Farias há vinte anos atrás.

Até então, o caso é um mistério e a única versão apresentada é que Marcolino matou PC e depois ceifou sua própria vida. Teorias à parte, o fato é que nunca apareceu verdadeiramente o culpado; se é que o desfecho apresentado não foi o verdadeiro.

Analisando o mote que o cidadão levantou, comecei a relembrar de alguns casos que até hoje estão sem solução, ou apresentam versões de desfecho pra lá de intrigantes. Poderia citar, a priori, o caso de Ulisses Guimarães que desapareceu com sua esposa em um acidente aéreo na noite de 12 de outubro de 1992, e até hoje não se tem notícias do corpo do parlamentar e o que realmente acontecera já que a aeronave não fez nenhum registro com a torre antes do fatídico acontecimento.

Poderia aqui também lembrar do pré candidato a presidente da república e governador de Pernambuco Eduardo Campos e outras seis pessoas; mas o fato intrigante é que o Cenipa – Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – analisou que uma sucessão de erros que incluíram a tentativa de buscar um “atalho” para abreviar a aterrissagem levou ao acidente com o avião , no entanto a família contestou o posicionamento do órgão investigador e levantou a suspeita de sabotagem.

E mais recente assistimos atônitos ao acidente ( foto de capa do artigo) que matou o ministro do STF e relator do processo da Lava jato, Teori Zsavascky e mais três pessoas que abalou o cenário político jurídico no país, mas até o momento sem um desfecho. Teori morreu às vésperas de retirar o sigilo de cerca de 900 depoimentos e homologar as 77 delações da Odebrecht. O mais relevante acordo de colaboração da história da Justiça do país, envolvendo nomes de figurões dos mais variados partidos, inclusive figurões do atual governo. O acidente aconteceu em Paraty, no Rio de Janeiro, no dia 19 de janeiro de 2017.

Independente do posicionamento das autoridades com relação ao desfecho do caso e as possíveis nuances para se chegar a um denominador comum, o certo é que essas questões continuam pendentes e carentes de uma explicação plausível para a sociedade brasileira; e quantos outros “acidentes” serão necessários para que possamos, enfim darmos credibilidade ao que as autoridades competentes falam.