O lado sombrio de Pistorius: uma década do crime que chocou o mundo


THá alguns anos, em 14 de fevereiro de 2013, ex-atleta Oscar Pistorius matou sua namorada, Reeva Steenkamp, ​​depois de atirar nela quatro vezes em sua casa em Pretória, África do Sul.

Era o início da decadência de um atleta que até então se tornara um ídolo paralímpico, não só pelas vitórias, mas também pela luta pela igualdade, por exemplificar como o esporte foi fundamental para sua integração desde os 11 meses de idade, já que depois de nascer sem fíbula, os médicos tiveram que amputar as duas pernas abaixo do joelho.

Pistorius também lutou para competir no jogos Olímpicos com atletas aptos, algo que foi negado em primeira instância pela IAAF, que considerou que as próteses lhe davam uma vantagem, mas posteriormente foi autorizado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS).

Assim, após não conseguir atingir o padrão mínimo de classificação para Pequim 2008, Pistorius competiu no Jogos Olímpicos em Londres. Ele disputou as eliminatórias e as semifinais dos 400 metros, além da última etapa da final do revezamento 4×400.

Mas essa aura de grande herói esportivo foi quebrada na madrugada de 14 de fevereiro de 2013, quando ele matou a namorada a tiros na casa dela em Pretória.

O ex-velocista, que vivia obcecado com a segurança em um país com um dos maiores índices de crimes violentos do mundo, afirmou após sua prisão que a resposta violenta foi porque ele confundiu sua companheira com um intruso.

A investigação policial, no entanto, revelou um lado diferente da Pistoriusrevelando que houve ciúmes e discussões anteriores no relacionamento, conforme testemunhado por vários vizinhos, que não apoiaram a versão do atleta.

Dias depois, Pistorius foi formalmente acusado de assassinato. O julgamento da mídia começou em março de 2013 e durou até meados de agosto. Um primeiro veredicto veio em 11 de setembro, com o ex-atleta evitando a prisão perpétua ao ser absolvido do assassinato. No entanto, ele foi condenado a cinco anos por Juiz Thokozile Masipa.

A promotoria apelou e dois anos depois, depois de analisar as provas, o Supremo Tribunal de Recurso anulou essa sentença para emitir uma nova decisão, na qual considerou Pistorius culpado de assassinato e aumentou sua sentença para seis anos.

Em novembro de 2017, após novos recursos, o Supremo Tribunal de Justiça aumentou definitivamente a pena de prisão para 13 anos e cinco meses, sentença em que o juiz teve em conta os mais de dois anos já cumpridos na prisão, além da prisão domiciliária, para evitar chegar a 15 anos, a pena mínima para homicídio na África do Sul.

Uma década após o incidente, o ex-velocista poderia solicitar liberdade condicional sob a lei criminal sul-africana. Para isso, ele foi transferido há alguns meses para uma prisão perto da cidade onde vivem os pais de Reeva Steenkamp como uma medida para facilitar o diálogo entre a vítima e o infrator, uma etapa prévia essencial para conseguir essa liberdade condicional.

Um comitê, que reunirá relatórios de psicólogos, assistentes sociais e agentes penitenciários, decidirá se Oscar Pistorius pode ser libertado em liberdade condicional.





Fonte: Jornal Marca