O governo do presidente americano Joe Biden aprovou uma venda de armas de cerca de US$ 8 bilhões (R$ 49,2 bilhões) para Israel, anunciou o Departamento de Estado dos EUA neste sábado (4). O pacote inclui munições de defesa antiaérea.
A exportação -que deve ser aprovada pelo Congresso- foi acordada poucos dias antes da posse do presidente eleito Donald Trump, também um forte aliado de Tel Aviv na guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza.
Com a venda às vésperas de deixar o cargo, Biden ignora a pressão das organizações de direitos humanos e dos legisladores democratas que se opunham a fornecer armamentos a Israel.
“O presidente deixou claro que Israel tem o direito de defender seus cidadãos, de acordo com a lei internacional e o direito internacional humanitário, e de impedir a agressão do Irã e de suas organizações aliadas”, disse o governo americano.
Ataques militares atribuídos a Tel Aviv na Faixa de Gaza mataram pelo menos 70 pessoas desde sexta-feira (3), disseram médicos palestinos.
Entre os mortos, ao menos 17 foram vítimas de ataques aéreos em duas casas na Cidade de Gaza. O primeiro ataque destruiu completamente o imóvel.
“Por volta das 2h fomos acordados pelo som de uma enorme explosão”, disse Ahmed Ayyan, um vizinho do imóvel, afirmando que 14 ou 15 pessoas estavam na casa.
“A maioria delas são mulheres e crianças, todos são civis, não há ninguém lá que tenha disparado mísseis ou que seja da resistência”, Ayyan disse à Reuters.
Outro ataque a uma casa na Cidade de Gaza matou cinco pessoas mais tarde deste sábado, de acordo com o Serviço de Emergência Civil Palestino. A estimativa é que ao menos outras 10 estejam presas sob os escombros.
O Exército israelense não comentou os ataques.
O aumento nas operações israelenses e no número de palestinos mortos ocorre durante uma nova tentativa de cessar-fogo na guerra entre Israel e Hamas e na devolução de reféns israelenses antes que Trump assuma o cargo.
Representantes de Israel foram enviados para retomar as negociações em Doha, mediadas pelo Catar e pelo Egito. A administração de Biden, que está ajudando a mediar as negociações, pediu ao Hamas na nesta sexta que aceite um acordo.
O Hamas disse que estava comprometido em chegar a um acordo, mas não estava claro quão próximas as duas partes estavam.
O grupo terrorista divulgou um vídeo neste sábado mostrando a refém israelense Liri Albag pedindo que o país faça mais para garantir a libertação. Ela disse que suas vidas estavam em perigo devido à ação militar em andamento em Gaza.
A família de Albag disse que o vídeo “partiu os corações em pedaços”. “Esta não é a filha e irmã que conhecemos. Seu grave sofrimento psicológico é evidente”, disse um comunicado da família, pedindo ao governo israelense e aos líderes mundiais que não percam a oportunidade de trazer todos os reféns de volta com vida.
Não houve comentário imediato por parte das forças de Israel, que no passado chamou tais vídeos de “guerra psicológica” pelo Hamas.
A ação militar de Israel foi uma resposta aos ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, no qual integrantes do grupo invadiram comunidades fronteiriças de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas e capturando cerca de 250 reféns.
Fonte: TNH1