No Dia Mundial do Câncer, MPAL promove ação para cem pacientes oncológicas plantarem ipês rosa


Um trem da alegria, vagões repletos de energia positiva, música, violino para recepcionar, depoimentos emocionantes, a cor da esperança nesta terça-feira (4) não era verde, era rosa, e saiu das mãos de 100 mulheres em tratamento oncológico que fizeram o plantio de mudas de ipês nessa tonalidade. A ação ocorreu em comemoração ao Dia Mundial do Câncer como iniciativa do Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da 24ª Promotoria de Justiça da Capital (de Fundações e demais entidades de interesse social) dentro do Projeto Atuação em Rede Terceiro Setor. Como parceiros para a concretização da boa prática, a instituição contou com a Apala, a CBTU, a Casa Rosa, o Cesmac, o Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA), o Instituto Mama Renascer, Associação Girassol Rosa, e a Rede Feminina de Combate ao Câncer. O evento aconteceu saída às 9h da estação de trem, em Jaraguá, e foi concluído às 13 h, na Usina Utinga Leão, em Rio Largo, região metropolitana de Maceió. A animação ficou sob a responsabilidade do músico Luciano Santos (voz e violão) e do maestro da Orquestra Sinfônica de Alagoas e professor de música, Luís Martins.

O idealizador da atividade, promotor de Justiça Givaldo Lessa, avalia o momento como uma motivação para que as mulheres simbolicamente plantassem vida e se sintam, a partir de então, cada vez mais encorajadas.

“Eu que agradeço por esse momento. Acho que temos de inverter a perspectiva, agradecer a elas a oportunidade de fazer esse evento. O Projeto de Atuação em Rede do Terceiro Setor tem como finalidade propiciar uma aproximação entre as instituições para que as grandes ajudem as pequenas e elas possam se ajudar mutuamente, propiciar o melhor atendimento a todos os assistidos. Então, essa é a linha mestra do projeto, quando elas participam e se engajam, vêm aqui mostrar toda a sua força, toda a sua esperança, garra ao enfrentar uma doença tão grave, nós é que temos que agradecer. Essas mulheres estão me dando um exemplo, estão nos mostrando como podemos enfrentar um problema tão sério, tão doloroso, de forma digna. O que posso afirmar é que foi algo lindo e emocionante”, declara o promotor .

Para a paciente oncológica Aldineide de Santana Vasconcelos, da Casa Rosa, essa ação coletiva fortalece ainda mais as mulheres em tratamento, pois é sinônimo de gratidão, fé, harmonia ,da certeza de que o plantio futuramente será uma grande marca.

“Essa ação é algo muito importante e muito satisfatório, é um marco em nossas vidas, porque quando eu não estiver mais aqui, vai ter a minha lembrança, com meu nome, algo que ficará marcado para sempre, inclusive para a minha família. Estou muito feliz em poder participar. Só tenho a dizer, obrigada”, disse com os olhos marejados e a fala embargada.

Célia Araújo, vice-presidente da equipe de Sobreviventes de Câncer de Mama Girassol Rosa, uma associação de remadoras, e que foi acometida pela doença há 31 anos, fala da importância do evento, das mulheres se sentirem acolhidas, de ouvirem testemunhos de quem encarou tantos momentos tempestivos.

“É mais um ato que vem agregar, esse abraço do Ministério Público à causa, as sobreviventes participando, dando testemunho, é um ato de esperança, porque todas as mulheres que passaram por essa experiência têm por obrigação, eu acredito, de dar a mão para aquelas que estão vivenciando, porque o testemunho é muito importante, esse é o objetivo principal da associação. Tive câncer de mama há 31 anos e esse ato de plantar uma árvore está concretizando mais um ato de esperança para essa sobrevivência, essas mulheres precisam desse abraço, desse estímulo para seguir adiante e saber que câncer de mama tem cura e podem ter uma boa qualidade de vida. O nosso projeto de canoagem é bom para o resgate da autoestima, promoção do bem-estar físico e emocional”, enfatiza.

Quem também deu depoimento sobre esse encontro rosa e falou de amor , e de amar, foi a presidente da OSC Mama Renascer, Valkíria Araújo. Ela falou sobre o sentimento de coordenar um grupo de mulheres com câncer.

“Não vou dizer que é difícil e não vou dizer que é fácil. É ter a ideia e coragem de se juntar a um grupo em sofrimento e que desse sofrimento consegue passar esperança para outras mulheres que estão acometidas de câncer de mama. Para mim está sendo um aprendizado, o momento hoje é ímpar. Sabemos que será muito produtivo esse encontro com o Ministério Público, pois quando a gente está em parceria com o MP, a gente tem tudo. A gente tem a lei do nosso lado, tem o apoio, a gente tem a fala do promotor de justiça, autoridade e confiável. Podemos brigar pelos nossos direitos. Hoje vivemos uma aventura e somos únicos, pois nos misturamos pela mesma causa. E é nessa unidade que a gente também aprende a crescer, aprende a servir melhor. Com elas eu me sinto um ser amado e pronta para amar”, afirma.

Homenagem

O espaço ficou pequeno para mais uma emoção, o plantio de um ipê-rosa em homenagem a servidora do Ministério Público, Maria Helena, que descobriu a doença há poucos meses quando sua mãe iniciava o tratamento contra um câncer. Em determinada hora, o promotor de Justiça Givaldo Lessa chamou a equipe da instituição, leu uma mensagem motivadora, cheia de fée e esperança, resgatada do Instagram de Maria Helena quando ela sequer imaginava que seria mais uma mulher na estatística mundial, brasileira e alagoana.

Data

O Dia Mundial do Câncer, 4 de fevereiro, é uma iniciativa global organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Tem como objetivo aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer. Serve para inspirar as pessoas e instigá-las a lutar por mudanças.